segunda-feira, 20 de junho de 2011

VITRINE

Lojistas estadunidenses estão investindo em novos modelos de manequins para exibir suas roupas nas vitrines. De acordo com Stephanie Clifford, do NYT, essas ações têm a ver também com a lenta recuperação econômica do país de Barak Obama. Para alguns gestores do varejo de confecções, o cliente escolha a roupa, já a partir do manequim. Nessa perspectiva uma loja passou a fabricar seus manequins sobre fotos de celebridades que freqüentam o tapete vermelho. Esses novos manequins têm as orelhas furadas para brincos, dedos articulados para anéis e pés que flexionam para ajuste dos sapatos de salto.
Partindo do pressuposto de que os clientes só entram na loja porque viram algo muito interessante na vitrine, a cadeia Disney Stores adicionou figurinos de meninos que voam do teto e meninas que fazem reverência. A Nike, por exemplo, mostra manequins em trinta e cinco poses atléticas e a Ralph Lauren, em Manhattan expõe manequins com o rosto da modelo Yasmin Le Bon.
Vitrines sempre foram um apelo final ao consumidor, do ponto de vista de sua decisão por entrar na loja e, portanto, consumir seus produtos. As roupas devem ser mostradas com algum apelo e os seus preços devem ser claros. Até os anos 80, no Brasil, vitrinismo era um curso bastante procurado entre os profissionalizantes. Lembro-me de que nos anos 1970 o SENAC de São Paulo corria para atender a demanda das lojas do único shopping da cidade e de ruas emergentes como a João Cachoeira, por exemplo. Nos anos 90 isso já fora esquecido. O efeito do crescimento da oferta parece ter revertido essa tendência. Hoje é preciso diferenciar.
De acordo com o NYT, a empresa Fusion Specialties, do Colorado, passou a trabalhar com produtos customizados e aumentou em 42% as suas vendas. Um dos clientes da empresa adotou como modelo a atleta Danielle Halverson, que treina para as Olimpíadas. A Fusion Specialties escaneou digitalmente Danielle imóvel e se exercitando. Depois, escultores criaram um modelo de argila a partir da cópia e chegaram a delinear até mesmo os nervos de seus músculos. Na versão pronta o manequim recebeu o nome de Daniquin e não terá cabeça, “para que os clientes não se preocupem com esses detalhes em seu próprio corpo”, segundo a CEO da rede varejista que encomendou o trabalho.
O uso de manequins na vitrine surgiu a partir dos anos 20 e só nos anos 60 eles ganharam os mamilos e articulações nos braços e pernas. Nos anos 80, perderam força no uso pelas lojas. Pelo visto, parece que está voltando com força. Para Michael Stewart, vice-presidente da Rootstein USA, que fabrica manequins para diversas marcas famosas, “nada vende mais uma roupa do que o manequim: é uma mensagem subliminar da loja, a primeira coisa que o cliente vê na vitrine ou quando entra numa loja de departamentos”.
A conferir.

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