segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Copa 2014 e a Mão de Obra para a Hotelaria

Órgãos governamentais e entidades corporativas ligadas ao turismo costumam apontar a falta de mão de obra qualificada sempre que tratam do crescimento dessa atividade econômica no Brasil. Nos últimos meses, por conta dos dois grandes eventos programados para os próximos anos, a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016, essas instituições têm pregado e cobrado com insistência uma solução para a questão. A rigor, se tomarmos como base os cursos oferecidos no país para a formação de bacharéis e tecnólogos em turismo e em hotelaria, não haveria o que reclamar. A oferta desses cursos teve um brutal crescimento nos últimos quinze anos. Nos últimos cinco anos, no entanto, o fechamento de cursos aconteceu com a mesma rapidez, por absoluta falta de demanda. Para quem acompanha o mercado isso não se constitui novidade. Era de se esperar. Nesse curto espaço, aponto três questões que são fundamentais para a análise desse cenário. A primeira diz respeito à qualidade dos cursos oferecidos. Boa parte deles carece de maior seriedade e surgiu numa bolha de oportunidades em meados dos anos 1990. A segunda é com relação à expectativa e a frustração que o egresso desses cursos tem com relação ao mercado e aos ganhos oferecidos por ele que não são nada atrativos. É possível que mais de setenta por cento dos formados em turismo ou em hotelaria nos últimos dez anos estejam atuando em outras áreas do mercado. Finalmente a terceira, diretamente ligada à primeira, é a sutil diferença que sempre fiz entre “Escolas de Hotelaria” (ou turismo) e “Cursos de Hotelaria”. As primeiras, como a de Geraldo Castelli, Senac (em todo o Brasil) Universidade Caxias do Sul, Univali, Anhembi, PUCamp e FMU, são aquelas que mantêm uma cultura voltada para essa área, investindo em seus profissionais e mantendo estudos e publicações a respeito. Já os “cursos” são apenas mais um serviço educacional pendurado em instituições que oferecem grande leque de programas e não têm para com a hotelaria ou o turismo uma dedicação maior. Pode parecer um viés corporativo. Mas não é. Longe disso, a questão é que esses campos do saber exigem de seus aprendizes um aprofundamento tanto operacional quanto de gestão. Hoje a indústria hoteleira espera de seus profissionais uma larga competência na gestão financeira e que eles sejam capazes de se constituir em asset managers. Espera-se deles também que dominem outro idioma além do português, o que é uma grande dificuldade pois nem cinco por cento dos estudantes desses cursos têm algum domínio de outro idioma. Já do ponto de vista a mão-de-obra da base da pirâmide é uma questão de políticas individuais de cada rede que deve qualificar seus empregados. Os profissionais com curso superior nessas áreas devem funcionar como agentes multiplicadores para o pessoal de base. Enfim, a muito que se discutir sobre o tema...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

BNDES & Copa 2014 = Hotéis com $

BNDES & Copa 2014 = Hotéis com $ para a modernização
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –BNDES- criou programas especiais para fomentar os investimentos em hotelaria visando a Copa de 2014 no Brasil. Sob o título de BNDES Prócopa Turismo, o banco oferece recursos com prazos de amortização em até 12 anos para a remodelação/modernização das UH existentes e até 18 anos para a construção de novas UH. Os projetos que levarem em conta a preocupação com o meio ambiente, traduzida em maior eficiência energética e sustentabilidade ambiental e que tenham certificação de alguma organização creditada pelo INMETRO, poderão obter um ganho no prazo de até 10 anos. No caso da construção de novas UH o prazo poderá chegar a 15 anos (18 no máximo). Essa preocupação ambiental contempla, além da eficiência energética a racionalização do uso da água e a gestão de resíduos. Nas operações diretas, os juros do programa variam entre 6,9% (micro, pequena e média empresa) e até 8,8% (grande empresa), mais o spread de risco. Para se candidatar aos recursos do programa, os proponentes devem encaminhar seus pedidos até 31/12/2012.
É uma boa oportunidade para os hoteleiros independentes adaptarem seus estabelecimentos para uma marca internacional. A conferir