Alguns dizem que a vontade era do velho Roberto Marinho, outros que a idéia da Globo, ainda nos tempos do Boni, era mesmo promover o nosso Frank Sinatra tupiniquim. Mas os números da audiência mostram que tudo isso é bobagem e não passa de lenda institucional. Com o nome de Roberto Carlos, o show de final de ano da Globo sempre abocanhou o maior share e, por conseguinte, vendeu as cotas mais caras da temporada. Assim tem sido nas últimas três décadas. O que aconteceu em 2010 foi um encontro de oportunidades. O prefeito do Rio de Janeiro precisando de mostrar alguma felicidade na sua cidade e a Globo, sempre pronta a interagir, prestar serviços e faturar algum. Nessa perspectiva, ao invés de gravar o programa no mês de outubro ou novembro com a presença de convidados, como sempre fez, a Globo e o artista toparam uma apresentação ao vivo em plena praia de Copacabana, como já haviam feito, por exemplo, os Stones. Em plena noite do dia 25 de dezembro, quando não se tem o que fazer em casa, alguma ressaca estomacal e certa deprê pós natalina, o show cairia mais do que bem, refrescando os lares da nova Classe Média brasileira. Uma conjugação de oportunidades.
Mas quem aproveitou mesmo da situação foi o artista. O “Rei” Roberto Carlos levou alguns artistas de outros estilos para fazer um quebra-gelo com ele nas areias cariocas. Trata-se de um procedimento comum. Recentemente Ivete Sangalo fez parcerias incríveis em seu espetáculo em NYC. Mas o fato é que o “Rei” levou também uma nova cantora do ramo “sertanejo”, ainda pouco conhecida: Paula Fernandes. A moça entrou no palco para um pout-pourri de velhas canções do “Rei” num visual deslumbrante: cabelão armado, olhos negros, decote generoso e um vestido azul bem acima dos joelhos. Voz boa, ela agradou ao público e estendeu a mão para o dono do palco por duas vezes. Estava lançada.
Com sorte, ela terá um repertório bem conduzido e terá mais oportunidades no show business, Brasil afora. É a regra. Afinal, foram milhões de brasileiros que a viram ali, em planos fechados em seu rosto, nas suas pernas e nas mãos que entrelaçaram a mão do velho ídolo de gerações, assim, ao vivo e a cores, na noite de 25 de dezembro. Um presentão de Natal que foi custeado por pelo menos três grandes cotistas que ajudaram a Rede Globo a enviar aquelas imagens para todo o país com possibilidade de apresentações do Especial em países europeus, nos EUA e também na África. Numa só colherada, a Paula Fernandes pode estar, ao lado de seu avalista, muito além mar. O custo para ela? O amor, dizem as colunas e blogs de fofocas. Ela, nascida em 1983, é a nova namorada do “Rei”. Nada contra ele apresentar ao público a sua namorada ou dar a ela essa chance. O que se observa é o quanto é possível num gesto de carinho “tão pequeno” quanto esse.
Do ponto de vista do marketing isso é de fato o que o “Rei” chama de “tantas emoções”. Quatro minutos, ao vivo e a cores não tem preço. E nesse caso, se teve, ficou por conta dos cotistas.
Este Blog trata de temas relacionados ao Marketing, à Indústria da Hospitalidade e à atividade econômica do Turismo.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Turismo em 3 tópicos
1. Ao longo de 2010, R$ 2,7 bilhões de recursos de emendas de parlamentares ao Orçamento da União foram repassados a entidades privadas sem fins lucrativos de várias áreas, em especial as de cultura e turismo. Ao todo, 3.078 entidades foram beneficiadas com recursos do Orçamento. É mole?
Com isso ficamos sabendo que as políticas para o turismo serviram uma vez mais para acertar a vida de corruptos e juntar dinheiro para as campanhas eleitorais. Investimentos sérios mesmo, só na boa vontade de alguns técnicos. Não é de hoje que a coisa é assim. Os governos não levam a sério o turismo. Caio Luiz de Carvalho, entre Itamar Franco e FHC, investiu um bocado no Nordeste. É justo, é merecido. Lá é o nosso Caribe. Mas há muito por se investir. Os gestores de plantão sempre pensam nas estradas costeiras, em ajardinar (com cimento) as áreas de orlas nas capitais e brigar por aeroportos. Mas se esquecem de que turismo é sobretudo desenvolvimento sustentável, integrado, onde a saúde, a educação e a segurança têm que fazer parte da base de qualquer programa de desenvolvimento turístico. Não precisa ter lido nos anos 80 os livros do Miguel Acerenza. Qualquer economista sabe disso. Mas não. Nada como usar o turismo para fazer caixa de campanha. Viva nóis, vamo lá, como nunca antes nesse país...
2. Os jornais dessa semana trouxeram notícias sobre o declínio das viagens de ônibus de São Paulo e Rio de Janeiro em direção ao Nordeste. Uma empresa de ônibus declarou que há dez anos passados eles tinham, nessa época do ano, cerca de dez saídas diárias para a cidade de Recife. Hoje têm apenas uma. Perderam para as companhias aéreas.
Isso é muito bom. O Brasil já foi um país onde os ricos achavam que os pobres não poderiam viajar de avião porque esse era um transporte de ricos. Os ricos tinham até trajes para as suas viagens de avião. É dose, não? Pois é. Hoje os pobres viajam de avião pagando em até 10 vezes antecipadamente, um valor menor do que o do ônibus. E os ricos? Ficam de saco cheio porque as estações de passageiros dos aeroportos ficaram cheias de gente mais simples e porque as cias aéreas passaram a tratar mal de forma generalizada. Socializaram o mau atendimento. A situação era óbvia. Não há porque se manter transporte por rodovias para essas distâncias de mais de mil e duzentos quilômetros, sobretudo em estradas com péssimas condições de tráfego com são essas rodovias federais que levam ao Nordeste e ao Sul. O número de mortes nas estradas do Estado de Minas Gerais deve superar o número de baixas de soldados estadunidenses no Vietnã: 47 mil. Vem aí a Copa de 2014!
3. A cidade de São Paulo é vítima de muita estupidez em sua gestão urbana. Nem falo de planejamento urbano. A sofreguidão da especulação imobiliária não tem fim e por décadas vem criando novos centros comerciais e residenciais sem a menor preocupação com a correta ocupação do solo e a preservação das áreas mais antigas da urbis. Enquanto Paris, Londres, NYC e até Roma, mantêm suas antigas e tradicionais avenidas vivas, atraentes e valorizadas, São Paulo vai construindo cenários onde se refugiam os emergentes, comerciais ou residenciais. Avenidas novas, novos centros empresariais e novos centros de compra surgem a cada trimestre na cidade, em detrimento das áreas tradicionais. As avenidas como a Berrini, e as construções de prédios modernosos na Vila Olímpia soam falsas, como um cenário forçado para esse mundo deslumbrado da cidade. Um dia critiquei a arquitetura cafona no Recreio dos Bandeirantes, no Rio. Engulo isso agora em São Paulo. Que a cidade deve crescer é uma questão a ser discutida. Que é incorreto abandonar os velhos centros em favor da criação desses novos cenários, todos sabemos. A questão é segurar esses especuladores imobiliários, hoje já internacionalizados, que descobriram o ponto G dos emergentes e abrem avenidas e constroem prédios nos modelitos estadunidenses que inebriam os novos donos do dinheiro. Enquanto isso a cidade segue carecendo de melhores vias e de transporte coletivo que atendam a maior demanda de turismo de negócios e eventos do país.
1. Ao longo de 2010, R$ 2,7 bilhões de recursos de emendas de parlamentares ao Orçamento da União foram repassados a entidades privadas sem fins lucrativos de várias áreas, em especial as de cultura e turismo. Ao todo, 3.078 entidades foram beneficiadas com recursos do Orçamento. É mole?
Com isso ficamos sabendo que as políticas para o turismo serviram uma vez mais para acertar a vida de corruptos e juntar dinheiro para as campanhas eleitorais. Investimentos sérios mesmo, só na boa vontade de alguns técnicos. Não é de hoje que a coisa é assim. Os governos não levam a sério o turismo. Caio Luiz de Carvalho, entre Itamar Franco e FHC, investiu um bocado no Nordeste. É justo, é merecido. Lá é o nosso Caribe. Mas há muito por se investir. Os gestores de plantão sempre pensam nas estradas costeiras, em ajardinar (com cimento) as áreas de orlas nas capitais e brigar por aeroportos. Mas se esquecem de que turismo é sobretudo desenvolvimento sustentável, integrado, onde a saúde, a educação e a segurança têm que fazer parte da base de qualquer programa de desenvolvimento turístico. Não precisa ter lido nos anos 80 os livros do Miguel Acerenza. Qualquer economista sabe disso. Mas não. Nada como usar o turismo para fazer caixa de campanha. Viva nóis, vamo lá, como nunca antes nesse país...
2. Os jornais dessa semana trouxeram notícias sobre o declínio das viagens de ônibus de São Paulo e Rio de Janeiro em direção ao Nordeste. Uma empresa de ônibus declarou que há dez anos passados eles tinham, nessa época do ano, cerca de dez saídas diárias para a cidade de Recife. Hoje têm apenas uma. Perderam para as companhias aéreas.
Isso é muito bom. O Brasil já foi um país onde os ricos achavam que os pobres não poderiam viajar de avião porque esse era um transporte de ricos. Os ricos tinham até trajes para as suas viagens de avião. É dose, não? Pois é. Hoje os pobres viajam de avião pagando em até 10 vezes antecipadamente, um valor menor do que o do ônibus. E os ricos? Ficam de saco cheio porque as estações de passageiros dos aeroportos ficaram cheias de gente mais simples e porque as cias aéreas passaram a tratar mal de forma generalizada. Socializaram o mau atendimento. A situação era óbvia. Não há porque se manter transporte por rodovias para essas distâncias de mais de mil e duzentos quilômetros, sobretudo em estradas com péssimas condições de tráfego com são essas rodovias federais que levam ao Nordeste e ao Sul. O número de mortes nas estradas do Estado de Minas Gerais deve superar o número de baixas de soldados estadunidenses no Vietnã: 47 mil. Vem aí a Copa de 2014!
3. A cidade de São Paulo é vítima de muita estupidez em sua gestão urbana. Nem falo de planejamento urbano. A sofreguidão da especulação imobiliária não tem fim e por décadas vem criando novos centros comerciais e residenciais sem a menor preocupação com a correta ocupação do solo e a preservação das áreas mais antigas da urbis. Enquanto Paris, Londres, NYC e até Roma, mantêm suas antigas e tradicionais avenidas vivas, atraentes e valorizadas, São Paulo vai construindo cenários onde se refugiam os emergentes, comerciais ou residenciais. Avenidas novas, novos centros empresariais e novos centros de compra surgem a cada trimestre na cidade, em detrimento das áreas tradicionais. As avenidas como a Berrini, e as construções de prédios modernosos na Vila Olímpia soam falsas, como um cenário forçado para esse mundo deslumbrado da cidade. Um dia critiquei a arquitetura cafona no Recreio dos Bandeirantes, no Rio. Engulo isso agora em São Paulo. Que a cidade deve crescer é uma questão a ser discutida. Que é incorreto abandonar os velhos centros em favor da criação desses novos cenários, todos sabemos. A questão é segurar esses especuladores imobiliários, hoje já internacionalizados, que descobriram o ponto G dos emergentes e abrem avenidas e constroem prédios nos modelitos estadunidenses que inebriam os novos donos do dinheiro. Enquanto isso a cidade segue carecendo de melhores vias e de transporte coletivo que atendam a maior demanda de turismo de negócios e eventos do país.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Dinheiro público em lugares duvidosos
A definição do Brasil para sediar a Copa de 2014 é tema para muita discussão. Esse evento será de fato bom para o país? Os investimentos necessários para receber esse campeonato são prioritários numa ordem de importância social e econômica? Além da boa demanda imediata, no período dos jogos, haverá um longo recall nos países geradores de demanda turística? O Brasil fez um estudo sério sobre vantagens e desvantagens desse evento? Bem, seja como for, o negócio é irreversível. Mas a questão é: quanto dinheiro público vai rolar por esse ralo e qual o retorno disso?
O BNDES já trabalha com linha de crédito para a construção e reforma de hotéis nas cidades que deverão sediar jogos importantes. Um programa especial, o PROCOPA Turismo, foi lançado pelo MIT em janeiro de 2009 e dispõe de 1 bilhão de reais. De acordo com informações do próprio banco publicadas pelos jornais na semana de 18 de novembro 2010, esse valor já está quase todo comprometido e já se cogita outro bi para essa rubrica. Gestores de marcas hoteleiras internacionais e empreendedores independentes têm interesse em fazer novos investimentos e melhorias em hotéis já existentes. A questão é o depois. Haverá demanda para acelerar o retorno desses investimentos?
Outra questão preocupante é o financiamento, pelo BNDES, das reformas e construções de estádios. Quais as garantias reais para esses financiamentos? Os novos modelos de estádios, como grandes centros de eventos multiuso darão o retorno para o pagamento dos financiamentos? É possível que sim, se falarmos de São Paulo, Rio, Curitiba ou porto Alegre. Muitas outras capitais já dão duro para criar demanda para os seus espaços de eventos. E muitos Estados, sobretudo no Nordeste, têm excelentes trabalhos de seus Conventions Bureau. Criar demanda para esses novos espaços não será uma tarefa fácil.
Pode parecer pessimismo. Não é. Aqueles que entrevistaram os organizadores do evento na África do Sul não saíram muito animados com as perspectivas. Vá lá, o Brasil está num estágio bem melhor do que aquele país. Nossas necessidades, contudo, não são muito diferentes. E a distância que nos separa dos grandes centros emissores é a mesma. Com a desvantagem que somos muito maiores e as distâncias a percorrer aqui dentro demandam muito mais tempo e dinheiro. Eis porque, para a Copa 2014, a composição de pacotes de curta duração e boa logística deve ser a prioridade dos empreendedores do turismo doméstico. E boa sorte prá todos nós!
O BNDES já trabalha com linha de crédito para a construção e reforma de hotéis nas cidades que deverão sediar jogos importantes. Um programa especial, o PROCOPA Turismo, foi lançado pelo MIT em janeiro de 2009 e dispõe de 1 bilhão de reais. De acordo com informações do próprio banco publicadas pelos jornais na semana de 18 de novembro 2010, esse valor já está quase todo comprometido e já se cogita outro bi para essa rubrica. Gestores de marcas hoteleiras internacionais e empreendedores independentes têm interesse em fazer novos investimentos e melhorias em hotéis já existentes. A questão é o depois. Haverá demanda para acelerar o retorno desses investimentos?
Outra questão preocupante é o financiamento, pelo BNDES, das reformas e construções de estádios. Quais as garantias reais para esses financiamentos? Os novos modelos de estádios, como grandes centros de eventos multiuso darão o retorno para o pagamento dos financiamentos? É possível que sim, se falarmos de São Paulo, Rio, Curitiba ou porto Alegre. Muitas outras capitais já dão duro para criar demanda para os seus espaços de eventos. E muitos Estados, sobretudo no Nordeste, têm excelentes trabalhos de seus Conventions Bureau. Criar demanda para esses novos espaços não será uma tarefa fácil.
Pode parecer pessimismo. Não é. Aqueles que entrevistaram os organizadores do evento na África do Sul não saíram muito animados com as perspectivas. Vá lá, o Brasil está num estágio bem melhor do que aquele país. Nossas necessidades, contudo, não são muito diferentes. E a distância que nos separa dos grandes centros emissores é a mesma. Com a desvantagem que somos muito maiores e as distâncias a percorrer aqui dentro demandam muito mais tempo e dinheiro. Eis porque, para a Copa 2014, a composição de pacotes de curta duração e boa logística deve ser a prioridade dos empreendedores do turismo doméstico. E boa sorte prá todos nós!
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Pitadas de hospitalidade e turismo

1- Os velhos e charmosos taxis da cidade de Londres, os Cabs, estão com os dias contados. Os cabs são fabricados sob normas específicas desde o começo dos serviços de transporte urbanos individuais no século 20. O seu fabricante é a Austin e eles são o Austin FX4. O seu final está decretado por uma invasão alemã na capital do Reino Unido. É que a Mercedes Benz está forçando a barra para ganhar aquele espaço alegando que os seus modelos são mais modernos e adequados às necessidades dos súditos de sua majestade e seus turistas. É a tal da globalização invadindo o charme e a tradição londrina. É uma intervenção perversa...
2- Curiosidade: Os portugueses tratavam desde a Idade Média (alguns ainda tratam) assim as refeições do dia: pela manhã, a primeira refeição é o Almoço, hoje conhecido como Pequeno Almoço. No final da manhã, no meio do dia, o Jantar. À noite, a refeição tinha o nome de Ceia. Os pães e as carnes frias eram o reforço do almoço logo pela manhã, dando forças para o trabalho duro do dia. À noite, novamente, os pães estavam presentes sob as comidas, embebidos em caldos ou melados com açúcar. E recebiam o nome de Açorda. Pão era também sinônimo de sopa. E a escuna vai, ô pá.
3- A decisão da TAM, da Azul e da Gol de tentar a venda de bilhetes para as classes D e E em PDV diferentes como Supermercados não se constitui novidade. Richard Branson, fundador da Virgin Air foi o primeiro a pensar nessa estratégia lá no final dos anos 1980. Quem me presenteou com o livro com a biografia dele foi meu amigo Luis Trigo e nos anos 1990 tive a chance de falar dele com o saudoso comandante Rolim Amaro que, à época, declarou-se também um fã do Branson. Aliás, Richard Branson é um personagem que merece a atenção de todos os que gostam/querem entender melhor sobre empreendedores que não crescem grudados nas tetas, ou nas pelotas, dos governos e crescem APESAR deles.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
O Brasil do Turismo, de longe e de perto

• Meu filho passou medo na manhã de ontem em plena Avenida Pacaembu, na cidade de São Paulo quando se viu dentro de uma cena absolutamente carioca: um tiroteio na avenida com direito a metralhadora dos assaltantes de um banco e à coragem de policiais que corriam atrás deles com uma simples pistola automática. Ele ficou deitado no banco do carro revendo toda a sua vida num clipe rápido. Vêm aí as Olimpíadas 2016...
• Silvester Stallone pediu desculpas mas não desmentiu sua história de que no Brasil os gringos da indústria do cinema podem explodir tudo, fazer barulho, xingar e ainda recebem agradecimentos e ganham um macaco de brinde. É claro, ele se esqueceu de dizer que se esqueceu também de pagar as produtoras e empresas de segurança locais. O filme o qual ele filmou no Rio de Janeiro algumas cenas de ação é uma produção de 4ª categoria que tenta resgatar o valor dos actions movies que ele defende como “a verdadeira indústria do cinema”. Tem gosto prá tudo e vem aí a Copa de 2014...
• Meu amigo Hélio Higuchi me perguntou se eu fui à Bienal do Livro no Anhembi em agosto passado. Como não fui, ele me perguntou se eu sabia qual era o espaço mais requisitado e com maior fila naquele evento. Editora do Paulo Coelho? Palestra da Lya Luft? Não, nada disso. As grandes filas se formavam nos sanitários femininos. O maior espaço de eventos do país não tem banheiros suficientes para atender à demanda de seus visitantes. Além disso, a qualidade daquelas instalações ainda é duvidosa e mescla o perfil dos anos 1970 com reformas gambiárricas. Vêm aí as Olimpíadas de 2016...
• Resultado de uma duplicação pobre, de traçado antigo, ainda no governo FHC, a Rodovia Fernão Dias foi cedida em concessão pelo governo Lula (que nesse caso não chama de “privatização”) em 2007 para a empresa espanhola OHL, batizada de Auto Pista Fernão Dias e vencedora do leilão para cobrar R$1,00 pelo pedágio. Em agosto de 2010 aquela concessionária ainda não instalou câmaras de vigilância ao longo da rodovia e só agora começa a operar a sua estação de pedágio no primeiro trecho paulista, no município de Mairiporã. O afunilamento de pista naquele local não vai livrar do congestionamento nem mesmo os que têm em seus carros o “Via Fácil” para passagem rápida e débito em conta de seus pedágios. Vem aí a Copa 2014...
Isso tudo só aqui, na cidade de mais recursos no país e seu entorno endinheirado...
terça-feira, 27 de julho de 2010
O (de) crescimento do Turismo

domingo, 18 de julho de 2010
Modo de Vida

Trata-se de uma constatação sobre um estilo de vida dos segmentos de alta renda dessas cidades que vêm, com o tempo, se moldando ao processo "globalizante" da informação e do consumo.
Esses segmentos com alto poder de compra sempre foram bons consumidores e viajantes, sobretudo nos tempos em que esse tipo de consumo era coisa para privilegiados uma vez que não havia crediário para bilhetes aéreos e passeios pelo exterior. A moda feminina nessas cidades, que tinham na pecuária e agricultura o cerne de suas economias, sempre foi atualizada. Isso acontecia já nos anos 1960/70 do século passado através das compras que esses segmentos faziam pessoalmente nas boutiques da então famosa Rua Augusta ou nas congêneres do Rio de Janeiro. Senhoras das sociedades locais que tinham prestígio montavam suas boutiques no interior trazendo essas novidades para aqueles que frequentavam os ambientes tidos como chiques nas suas cidades e que não dispunham de tempo e recursos para comprar em Copacabana no Leblon ou Augusta, suas próprias roupas. E ainda vendiam a prazo, o que facilitava a inclusão da pequena classe média no mundo dos pecuaristas endinheirados. Era o tempo de festas de debutantes.
Os anos 1990 ganharam a abertura dos portos e as senhoras das boutiques, em São Paulo ou no interior, puderam utilizar seus cartões de crédito no exterior, dividir seus bilhetes em dez pagamentos e aprenderam a ser sacoleiras de luxo em NYC ou nos Mall da Flórida. Viajam com uma pequena bagagem de mão e na volta vendem até as malas que abrigam suas compras. Globalizamos a moda via sacolas.
De há muito as cidades interioranas têm a sede de imitar as grandes metrópoles. Começaram erguendo edifícios verticais em cidades onde o valor dos terrenos era baixíssimo e permitia belas construções horizontais. Depois vieram os calçadões, a sede pelas lojas de departamentos, hoje traduzidas em Casas Bahia e outras do gênero. No ano 2000 os condomínios fechados, ruas especializadas em comércio e Shopping Centers fecharam o ciclo da "cara de cidade grande".
Diferente das cidades próximas a São Paulo e Campinas (Valinhos, Vinhedo, Sumaré, Atibaia, Bragança Paulista, Itatiba e Indaiatuba) que tiveram sua expansão urbana através de condomínios fechados e cuja característica dos moradores é a de stay at home people entendido como aquele morador que não sai de casa porque tem de tudo lá (home theater, quadra, piscina, churrasqueira etc.), os moradores de cidades como São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Araçatuba, são frequentadores de seus bares e festas porque pertencem a uma sociedade mais ativa e de raízes com mais de meio século nas suas comunidades. Naquelas cidades todos sabem de tudo sobre todos. E se frequentam. Já os stay at home que estão perto dos grandes centros são vizinhos recentes, pouco se falam e, pior, na sua maioria, fazem um trajeto diário cansativo entre São Paulo e/ou Campinas e região e suas casas. A moda e o lazer estão mais fáceis e acessíveis para esses stay at home, cerca de 50 minutos do Iguatemi de São Paulo ou 20 minutos do mesmo Shopping em Campinas.
O dinheiro nessas cidades mais distantes da capital e ligadas à economia do setor primário fica na ponta da pírâmide, mas não é pouco. E a comodidade de obter os produtos de sonho de consumo das mãos de uma conhecida sem passar pelo trânsito, pelos demais riscos e ser atendida com tratamento pelo primeiro nome ou apelido, faz com que essas mulheres do interior promovam um comércio que para muitos pode parecer arriscado. Mas pode não ser, como mostra a matéria no arquivo anexo. Afinal, Kotler sempre disse que, mais do que satisfazer as necessidades do cliente, é preciso encantá-lo. Essa clientela, com certeza, está encantada.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Turismo, empresas e pobreza

terça-feira, 8 de junho de 2010
Hotéis: cai o luxo

segunda-feira, 31 de maio de 2010
Cinema e Turismo

O cinema sempre foi uma ferramenta de propaganda. Para o bem e para o mal. O recente Lula, o filho do Brasil, por exemplo, foi feito para a campanha eleitoral e não deu muito certo nas bilheterias. Os marqueteiros não se deixaram abater: estão exibindo o filme nos lugares mais ermos que se pode imaginar, no modelo Cinemas, Aspirinas e Urubus. Hitler usou o cinema às pampas e os EUA também, na Segunda Guerra, na Guerra Fria e no tempo do Vietnã.
Temos vários filmes premiados, bons de fato e até indicados para o melhor estrangeiro do Oscar. Mas o tema deles não é para atrair turistas. Vejamos: Central do Brasil, 1998, dirigido por Walter Salles, trata da miséria urbana e do sertão. É um belo road movie, mas não atrai viajantes curiosos. Tropa de Elite, 2007, é outro. O diretor José Padilha fez um bom filme. Mas ele atrai turistas? E Salve Geral? O diretor Sérgio Rezende filmou a matança que o PCC, uma sigla do crime organizado, teria promovido em São Paulo à véspera das eleições para Presidente da República em 2006. Convenhamos, não é nada atrativo.
O cinema voltado para o turismo tem que ter roteiro especificamente feito para isso. Nada como um galã europeu ou estadunidense que vem conhecer o Pantanal, a Amazônia ou praias nordestinas e conhece aqui uma Camila Pitanga ou uma Gisele Itié. Já pensou? Muitas paisagens, mulheres e homens bonitos e sem mostrar periferia ou violência. Um filme de alegrias. Já se falou em financiar o Wood Allen para fazer aqui algo como Vick, Cristina e Barcelona. Por que não? Essa também é uma boa solução. Melhor financiar um filme desses do que botar dinheiro em escolas de samba do Rio de Janeiro, como têm feito alguns estados nordestinos.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Trem Bala: é preciso?

domingo, 16 de maio de 2010
Copa e Olimpíadas: Isso é bom?

domingo, 9 de maio de 2010
Sergio de Paula Santos

terça-feira, 27 de abril de 2010
HABIB´S

quinta-feira, 8 de abril de 2010
Praça de Alimentação

segunda-feira, 22 de março de 2010
Brasileiro gasta no exterior

quarta-feira, 3 de março de 2010
GANÂNCIA

segunda-feira, 1 de março de 2010
O mundo da Alimentação
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A Copa 2014 e a Mão de Obra para a Hotelaria

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
BNDES & Copa 2014 = Hotéis com $

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –BNDES- criou programas especiais para fomentar os investimentos em hotelaria visando a Copa de 2014 no Brasil. Sob o título de BNDES Prócopa Turismo, o banco oferece recursos com prazos de amortização em até 12 anos para a remodelação/modernização das UH existentes e até 18 anos para a construção de novas UH. Os projetos que levarem em conta a preocupação com o meio ambiente, traduzida em maior eficiência energética e sustentabilidade ambiental e que tenham certificação de alguma organização creditada pelo INMETRO, poderão obter um ganho no prazo de até 10 anos. No caso da construção de novas UH o prazo poderá chegar a 15 anos (18 no máximo). Essa preocupação ambiental contempla, além da eficiência energética a racionalização do uso da água e a gestão de resíduos. Nas operações diretas, os juros do programa variam entre 6,9% (micro, pequena e média empresa) e até 8,8% (grande empresa), mais o spread de risco. Para se candidatar aos recursos do programa, os proponentes devem encaminhar seus pedidos até 31/12/2012.
É uma boa oportunidade para os hoteleiros independentes adaptarem seus estabelecimentos para uma marca internacional. A conferir
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