Alguns dizem que a vontade era do velho Roberto Marinho, outros que a idéia da Globo, ainda nos tempos do Boni, era mesmo promover o nosso Frank Sinatra tupiniquim. Mas os números da audiência mostram que tudo isso é bobagem e não passa de lenda institucional. Com o nome de Roberto Carlos, o show de final de ano da Globo sempre abocanhou o maior share e, por conseguinte, vendeu as cotas mais caras da temporada. Assim tem sido nas últimas três décadas. O que aconteceu em 2010 foi um encontro de oportunidades. O prefeito do Rio de Janeiro precisando de mostrar alguma felicidade na sua cidade e a Globo, sempre pronta a interagir, prestar serviços e faturar algum. Nessa perspectiva, ao invés de gravar o programa no mês de outubro ou novembro com a presença de convidados, como sempre fez, a Globo e o artista toparam uma apresentação ao vivo em plena praia de Copacabana, como já haviam feito, por exemplo, os Stones. Em plena noite do dia 25 de dezembro, quando não se tem o que fazer em casa, alguma ressaca estomacal e certa deprê pós natalina, o show cairia mais do que bem, refrescando os lares da nova Classe Média brasileira. Uma conjugação de oportunidades.
Mas quem aproveitou mesmo da situação foi o artista. O “Rei” Roberto Carlos levou alguns artistas de outros estilos para fazer um quebra-gelo com ele nas areias cariocas. Trata-se de um procedimento comum. Recentemente Ivete Sangalo fez parcerias incríveis em seu espetáculo em NYC. Mas o fato é que o “Rei” levou também uma nova cantora do ramo “sertanejo”, ainda pouco conhecida: Paula Fernandes. A moça entrou no palco para um pout-pourri de velhas canções do “Rei” num visual deslumbrante: cabelão armado, olhos negros, decote generoso e um vestido azul bem acima dos joelhos. Voz boa, ela agradou ao público e estendeu a mão para o dono do palco por duas vezes. Estava lançada.
Com sorte, ela terá um repertório bem conduzido e terá mais oportunidades no show business, Brasil afora. É a regra. Afinal, foram milhões de brasileiros que a viram ali, em planos fechados em seu rosto, nas suas pernas e nas mãos que entrelaçaram a mão do velho ídolo de gerações, assim, ao vivo e a cores, na noite de 25 de dezembro. Um presentão de Natal que foi custeado por pelo menos três grandes cotistas que ajudaram a Rede Globo a enviar aquelas imagens para todo o país com possibilidade de apresentações do Especial em países europeus, nos EUA e também na África. Numa só colherada, a Paula Fernandes pode estar, ao lado de seu avalista, muito além mar. O custo para ela? O amor, dizem as colunas e blogs de fofocas. Ela, nascida em 1983, é a nova namorada do “Rei”. Nada contra ele apresentar ao público a sua namorada ou dar a ela essa chance. O que se observa é o quanto é possível num gesto de carinho “tão pequeno” quanto esse.
Do ponto de vista do marketing isso é de fato o que o “Rei” chama de “tantas emoções”. Quatro minutos, ao vivo e a cores não tem preço. E nesse caso, se teve, ficou por conta dos cotistas.
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ResponderExcluirProf. Mrs. Jota Erre, quando a moça apareceu, deu-me um estalo: "Ai tem coisa". Ele tem 70 anos, ela 27. 43 é a diferença, problema? Não há problema que óleo de peroba e Viagra não resolvam. Saluto 2011! Napoleão Xavier, Araçatuba
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