Abro
a página da UOL e vejo que a atriz Abigail Breslin fez ensaio sensual entre
espumas e lençóis, aos dezessete anos. Breslin foi indicada para o Oscar em
2002 por seu papel como filha do personagem principal em Sinais atuando ao lado de Mel Gibson.
Mas
a menina ficou mesmo conhecida como a irresistível personagem do filme Little Miss Sunshine, em 2006. Não
resisti. Recorri a Wikipédia.
Abigail
Kathleen Breslin nasceu em abril de 1996 em NYC, filha de pais que trabalham
com Telecomunicações e TI. Tem dois irmãos que também são atores, mas nada
consta deles sobre trabalhos diferenciados como os dela. Sobre a menina não se
pode dizer que seja uma atriz diferenciada. É certo que ela apresentou um jeito
muito espontâneo na sua personagem em Miss
Sunshine. Talvez tenha sido mais convincente como a órfã em Sinais.
O
que me fez buscar mais notícias sobre a menina foi a história de querer mostrar
seu corpo ou “ousar mais” para o público. Ela não é a primeira. Mas me intriga
mesmo assim.
Há
dias vi num telejornal a atriz Miley Cyrus, principal figura da série da Disney
Hannah Montana num clipe no qual, nua,
lambe sensualmente um martelo. E a notícia foi longe, mostrando o comportamento
abusado na menina em outros shows.
Cyrus,
nascida Destiny Hope Cyrus, sabe bem o que faz. É um jogo mercadológico. Quer
ser vista como mulher. E mulher para instigar os desejos humanos. Masculinos ou
femininos.
Vi
o clipping no qual lambe o martelo. O roteiro do vídeo a mostra sentada e
balançando numa bola de aço, dessas de demolição. Ela beija também a corrente
que prende a bola. E derruba as paredes no refrão da música. É bonita e se
reveza entre a nudez e calcinha e sutiã. Sempre usando coturno.
Nem
sempre artistas mirins sabem lidar com a fama. Drew Barrymore foi um exemplo.
Depois do sucesso de ET, o filme de Spielberg (1982) no qual faz a irmã do
personagem principal ela viveu péssima fase envolvida com álcool e drogas. Teve
muita sorte na recuperação e hoje é uma atriz respeitada em Hollywood, em
comédias e dramas.
Outro
nome mirim famoso é Macaulay Culkin, nascido Macaulay Carson Culkin em 1980.
Depois do sucesso da sequência de “Esqueceram de mim”, o ator viu-se envolvido
em problemas que começaram em casa. Seus pais disputaram, literalmente, a tapa,
sua fortuna de 17 milhões, à época. Crescido e moço, Culkin não se revelou tão
bonito quanto na infância. E menos talentoso.
Seu
nome na mídia apareceu mais ligado a escândalos, como o suposto envolvimento
sexual com Michael Jackson e sua prisão por porte de maconha e anfetaminas.
A
trajetória de astros mirins nunca foi linear.
Para
os atores, quando a cabeça é boa ou bem orientada, a escada é menos íngreme uma
vez que eles podem ir mudando de papéis para personagens mais velhos. Assim um
ator pode ir da infância até representar como avós e sábios anciões. Mas nem
sempre é linear.
Para
os astros mirins de muito sucesso, a adolescência e a entrada na maturidade
podem se revelar uma armadilha. Sua graça infantil pode não se manter aos
quinze anos. Eles podem estar gordos ou mesmo sem charme. Pode também ocorrer
um hiato na adolescência e eles voltarem a ter charme aos vinte anos. Ou
simplesmente podem não ter o talento e a espontaneidade da infância.
Esse
risco pode também ocorrer no ocaso da carreira, quando eles devem passar a
interpretar pais e avós de outros galãs. Mas essa é outra história.
Envolvimento
com drogas parece estar na razão direta das estruturas familiares e de como
tratar com o sucesso tão prematuro.
Já
a necessidade de mostrar ao público que “agora sou sensual” parece mesmo uma
necessidade de virar adulto, de sair daquele casulo da virgindade, cair no
mundo. A questão é a dosagem disso.
Para
os artistas da música esse caminho é ainda pior. Eles têm que mudar o
repertório e a imagem. Nessa perspectiva está a mudança para um público que, acreditem,
pode ser o mesmo de quando tinham seus oito anos e cantavam para outras crianças
de também oito anos.
Essas
mesmas crianças, quando chegam aos dezoito anos, gostam de sons melhor
definidos do que aqueles pops do tipo Sandy & Júnior ou Hannah Montana. E
os artistas têm que fazer a sua opção pela nova linha de sua música e pelo
visual mais adulto. Em geral mais sensual.
Trata-se
de um reposicionamento de produto que deve ser trabalhado ao longo da carreira.
Na medida de seu amadurecimento o astro da música deve ir repaginando sua
imagem e produtos de modo a tornar quase natural a sua mudança e a consolidação
de “nova” carreira.
Miley
Cyrus, com certeza, não lambeu aqueles ferros à toa, com tanta espontaneidade.
Há muito marketing por trás desse gesto.
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