Circulou pela imprensa a opinião da atriz Regina Duarte sobre a repetição dos temas das novelas. Sim, Regina Duarte, a antiga “namoradinha do Brasil” diz que hoje se fazem remakes e reprises das boas novelas e raramente surgem temas que sacodem o mercado. Ela relembra que são poucos os novos sucessos (bem feitos) como, por exemplo, “A favorita” (do autor José Manoel Carneiro e outros com direção de Roberto Naar) e a atual “Cordel Encantado”. Ela tem razão. Não conheço a “Cordel”, mas “A favorita” teve o mérito de ter grandes viradas de roteiro, poucos e densos personagens e trama complexa. Desse ponto de vista, aquela novela tinha mais cor de séries estadunidenses do que novelão latino. Mas La Duarte sabe que a escolha das novelas, seus temas e personagens não estão necessariamente ligados à arte. Acontece, às vezes, como no caso das séries do tipo “Hoje é dia de Maria”, numa perspectiva experimental, porque a emissora é ponta, tem gente de grande sensibilidade artística e vontade de realizar. As parcerias mais recentes que derivam do e para o cinema, são um exemplo do que se pode fazer de bom. Vide “A mulher invisível”, “Divã” e as mais antigas como “O auto da compadecida”.
A repetição de temas e personagens e daqueles núcleos que mostram o subúrbio carioca ou a suposta classe emergente carioca são os que de fato dão mais audiência. E é ali que a Globo investe. As novelas, como sabemos todos, são guiadas por permanentes pesquisas qualitativas pelos resultados de grupos focais e opinião do povão nas ruas. Não há nada pior do que os textos de Glória Perez com os seus indianos ou árabes em ponte aérea e tramas lineares, ridículas. No entanto é esse o padrão que aumenta o share no horário e, portanto, o valor das cotas de patrocínio. É assim e continuará sendo.
Para compensar esses horários, para aqueles que não têm paciência para novelas, existem experiências que se consagram como “A grande família” e outras séries. E a Globo se sai tão bem nelas como nas novelas.
Já tive a oportunidade de ver o sucesso das novelas globais agitando países como Cuba e Portugal e preenchendo horários, com novelas antigas, descoloridas e mostrando Betty Faria ainda mocinha e cheia de curvas na Alemanha. A Globo é boa nisso. E é boa porque se alimenta de pesquisas e as leva a sério. Os atores crescem e ganham com as novelas e então partem para “fazer arte” no teatro e no cinema. Graças ao dinheiro das novelas. Graças ao bom share que as novelas proporcionam à Globo.
Vide a própria Regina Duarte,o primeiro caso de atriz a começar na televisão e a seu tempo suscitando comentários se seria competente para outras mídias.Ela provou que sim mas o foco principal de sua carreira sempre foi a tv.A Globo não brinca em serviço,faz televisão para ser vista como Hollywood que nos legou obras de arte que não tinham outro intuito que divertir e ainda hoje nos assombram.Vide remakes de grandes filmes que se garantem nas bilheterias. Nada de errado com com os remakes da Globo.
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